Violão construído por Lineu Bravo
De acordo com a edição concisa do Dicionário Grove de Música a fantasia é uma “peça instrumental em que a imaginação do compositor tem precedência sobre os estilos e formas tradicionais.” Seu caráter é contrapontístico e imitativo, como a fuga, porém sem uma rigidez formal – as seções se sucedem como uma improvisação.
Para interpretar esta Fantasia de J. Dowland utilizei a terceira corda em Fá# e um capotraste na segunda casa. Como foi composta originalmente para alaúde utilizo esta estratégia tanto para aproximar a tessitura do violão moderno ao instrumento de nosso compositor quanto para facilitar a execução – pois os trastes ficam mais próximos e as aberturas de mão esquerda se tornam mais simples. Contudo o violão perde um pouco de sua ressonância natural; sua construção (sua caixa de ressonância) foi feita para vibrar com a escala em seu tamanho completo. Ao final, equilibrando todos estes fatores, acredito que o melhor resultado conquistamos com a utilização do capo.
Separei a seguir dois vídeos relacionados com este tema. Trata-se de duas fantasias de um contemporâneo e conterrâneo de Dowland: W. Byrd. A primeira obra foi transcrita para acordeão – a re-leitura é timbristicamente interessantíssima apesar da enorme perda de qualidade desta gravação. na segunda é possível perceber algumas semelhanças como mudanças de andamento e algumas das figuras rítmicas semelhantes a da Fantasia que interpreto. Como Byrd e Dowland são contemporâneos e ingleses… vale a pena apreciar estas peças:
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